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Os casamentos arranjados existem em muitas culturas desdes os tempos antigos. Nesse tipo de casamento, líderes da comunidade, casamenteiros ou os próprios pais escolhem parceiros conjugais para jovens, levando em consideração as crenças religiosas, espirituais e culturais. Embora escolher o próprio cônjuge tenha se tornado uma prática cada vez mais comum durante o século 20 e 21, algumas culturas ainda dependem dos casamentos arranjados.
Os casamentos arranjados fazem parte do cotidiano de algumas culturas (Jupiterimages/Brand X Pictures/Getty Images)
Judaísmo
O judaísmo dita que o casamento é baseado no amor e que os casais devem, pelo menos, conhecerem-se antes de casar. Nas comunidades judaicas ortodoxas, há um sistema para unir e apresentar os solteiros elegíveis. O namoro normalmente começa após os pais, familiares e amigos terem conhecido o possível cônjuge, seu trabalho, personalidade e dedicação à religião. A família também tem a opção de contratar casamenteiros profissionais para ajudar nessa etapa.
Islamismo
O casamento islâmico é definido como uma união voluntária e, portanto, é necessário o consentimento do casal. As famílias procuram e estudam potenciais parceiros, como sua personalidade, educação, finanças, beleza ou família. Após achar alguém compatível, eles irão sugeri-lo para o jovem solteiro. Uma vez que a lei islâmica proíbe que homens e mulheres, que não sejam parentes e estejam solteiros, fiquem juntos sem a presença de terceiros, esses encontros acontecem dentro do ambiente familiar e sem contato físico. Após vários encontros, o casal concorda com o casamento e os os preparativos começam a ser feitos.
Subcontinente indiano
Tanto a cultura hindu como a muçulmana da Índia e do Paquistão consideram o casamento como uma união entre famílias, em vez de indivíduos, mas as preferências do casal estão sendo cada vez mais levadas em consideração desde o final do século 20. Na Índia, os casamentos arranjados são utilizados como meios de unir famílias da mesma classe e os pais examinam de perto o lado financeiro e educacional dos jovens. De acordo com Santana Flanigan, autora de "Arranged Marriages, Matchmakers and Dowries in India”, cerca de 95% dos casamentos da Índia são arranjados. Um casamenteiro, que costuma ser um parente ou amigo da família, procura por pretendentes e age como um mediador entre as famílias, além de ser o responsável pelos preparativos quando um jovem apropriado é encontrado. Os casamentos arranjados também acontecem no Paquistão e são geralmente feitos pelo pai da noiva; contudo, de acordo com a lei islâmica, todos os casamentos devem ser consensuais.
Leste da Ásia
Desde meados do século 20, na China, Taiwan, Japão e Coreia, a quantidade de casamentos arranjados é cada vez menor e, atualmente, a prática está quase por completo limitada às áreas ruais e a classes sócio-econômicas mais baixas. Algo em comum em todas essas sociedades é a ênfase feita sobre a união de famílias e a importância da linhagem, e não as preferências individuais. Na China, os casamentos acontecem somente após a aprovação dos pais quanto a família do pretendente, e os preparativos do casamento são realizados pelos pais, em vez do casal. No Japão e na Coreia, os casamentos arranjados acontecem com a ajuda dos casamenteiros, que encontram pretendentes adequados e agem como intermediários entre o casal e suas respectivas famílias.