A história dos temperos

Autor: Judy Howell
Data De Criação: 25 Julho 2021
Data De Atualização: 1 Dezembro 2024
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Atualmente, os temperos estão amplamente disponíveis em supermercados e mercearias. A maioria das despensas possui sal, pimenta e diversas outras especiarias. Historicamente, no entanto, eles eram de difícil acesso, e somente os nobres podiam apreciá-los. Embora essa realidade tenha mudado, é interessante observar como os condimentos inspiraram muitas atividades, do comércio à poesia, enquanto sua popularidade continua a crescer.


Historicamente, as especiarias eram usadas para fins aromáticos, medicinais e culinários (Blue Jean Images/Photodisc/Getty Images)

Os temperos e a primeira exploração

Os temperos têm um papel claro dentro da história, não só por seu uso em diversas culturas, mas também pelas viagens ao redor do mundo que inspiraram. Quando os povos cansavam de seus condimentos nativos, ele geralmente exploravam terras ainda não descobertas. Muitos deles, no entanto, eram procurados por suas propriedades medicinais. A guerra luso-holandesa da década de 1500 entre Portugal e Holanda, na verdade, foi em grande parte motivada pelo acesso à noz-moscada, que acreditava-se poder curar a praga.

Em suas aventuras a fim de encontrar e cultivar novos temperos, os viajantes também descobriram novas terras. Durante esse período, eles também encontraram metais preciosos, animais raros e novas espécies botânicas. Fortunas foram construídas devido à descoberta de especiarias, e algumas, como as sementes de cominho, foram até mesmo utilizadas como moedas.


Açafrão

A história do açafrão tem mais de 4.000 anos e atravessa o mundo, particularmente a Europa, Índia e China. O processo de colheita é realizado à mão e 450 g do tempero requerem 75.000 flores (Crocus sativas). Por essa razão, ele é um dos condimentos mais procurados e dispendiosos de todos os tempos.

Além do uso culinário, muitas culturas historicamente usaram o açafrão para outros propósitos. Os antigos assírios, por exemplo, enalteciam o condimento por suas propriedades medicinais. Similarmente, Alexandre, o Grande, adotou o hábito persa de utilizar açafrão para tratar feridas resultantes das batalhas. Os tamis o empregavam para aliviar dores de cabeça e ajudar as mulheres durante a gravidez, os monges budistas usavam mantos tingidos com o tempero. Os membros da realeza o utilizavam como perfume, e reis abastados apreciavam particularmente que belas donzelas jogassem pó de açafrão sobre eles.


Pimenta

A pimenta tem sido enaltecida como a "Rainha dos Temperos", devido à sua importância histórica. Durante diferentes períodos, os grãos de pimenta foram usados como moeda, e a liberdade de um escravo poderia ser comprada por 450 g dessa especiaria na França. Ela era também usada como moeda de troca entre os comerciantes e, se um grão de pimenta caísse no chão, daria início a uma grande disputa.

Adicionalmente, era também uma das especiarias favoritas para fins culinários. A refrigeração não existia até por volta de 1830; antes disso, as pessoas cobriam a carne com sal, a fim de desidratá-la e conservá-la. A pimenta era então usada para mascarar o sabor da carne salgada ou estragada.

Noz-moscada

A noz-moscada inspirou guerras violentas, práticas comerciais antiéticas e mortes. A nível de ilustração, a Inglaterra, em 1603, superou a Companhia Holandesa das Índias Orientais (VOC) em relação à exportação de noz-moscada a partir de Pulo Run, uma ilha da Indonésia. Isso encorajou conflitos entre os países por 60 anos, antes de um acordo ser finalmente firmado. Os holandeses mantiveram seu monopólio sobre a especiaria com extrema brutalidade, matando pessoas suspeitas de cultivar e vender o condimento contrariando as normas da VOC.

Antigamente, a popularidade da noz-moscada se devia à sua raridade. Muitas culturas também a apreciavam para fins culinários. Os árabes, por exemplo, a comercializavam como perfume e medicamento. Durante a Peste Negra, as pessoas acreditavam que o tempero pudesse tratar a praga. Elas também a enalteciam como um afrodisíaco e alucinógeno.