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A dihidrotestosterona (DHT) é um dos hormônios androgênicos mais potentes que atuam no organismo. A testosterona assume esta função no tecido muscular esquelético. A testosterona, nos tecidos ricos na enzima 5-alfa-redutase (AR-5), se converte em DHT. Estes tecidos incluem o sistema nervoso central (SNC), a pele e as gônadas. A DHT causa diversos efeitos diferentes quando em conjunto com outros hormônios, geralmente apresentando um efeito positivo sobre a função sexual e o desejo sexual. O mecanismo pelo qual isto é conseguido resulta de uma via, ou de uma combinação de vias.
A DHT tem ocorrência natural, mas também é tomada como esteroide para melhoria de performance (medicine image by dinostock from Fotolia.com)
DHT
A DHT se forma naturalmente no corpo a partir da testosterona, especialmente em tecidos dependentes de androgênio, além do tecido muscular. Quando a testosterona entra no tecido nervoso, na pele ou no tecido endócrino, converte-se em DHT sob as propriedades catalíticas do 5-AR. Em um ambiente deficiente em 5-AR, quantidades suficientes de DHT não seriam produzidas, causando graves deformidades físicas e fisiológicas.
Estudo de caso
Pesquisadores estudaram uma desordem congênita que limita o desenvolvimento de DHT em crianças. O pseudo-hermafroditismo é resultante da deficiência da enzima 5-AR. As crianças com a desordem possuem "genitália ambígua e muitas vezes são criadas como meninas". No início da puberdade, os níveis de testosterona aumentam conforme esperado, enquanto os níveis de DHT permanecem atrofiados. O desenvolvimento muscular prossegue como de costume, porém características secundárias sexuais masculinas, como o crescimento de pelos pubianos e no restante do corpo, não acontecem e eles também têm glândulas prostáticas e pênis subdesenvolvidos. Em consequência, a doença afeta a sua função sexual e sua libido. A implicação primordial deste estudo patológico é que os níveis adequados de DHT no corpo são necessários para o desenvolvimento e das funções sexuais adequados.
DHT e estrogênio
Tanto em homens quanto em mulheres, altos níveis de estrogênio se correlacionam com a diminuição do desejo sexual, enquanto maiores índices de androgênios resultam em aumento da libido. A DHT equilibra os níveis de estrogênio no organismo e impede que ele atue sobre os tecidos, bloqueando os receptores de hormônios androgênicos no tecido ou bloqueando a transcrição do RNA depois que o estrogênio houver se ligado aos receptores. Nesta última, a DHT bloqueia diretamente a produção de estrogênio, inibindo a aromatase da enzima, que os hormônios androgênicos requerem para se converter em estrogênio. Num último recurso, a DHT age indiretamente sobre a produção de estrogênio, sinalizando ao hipotálamo e à glândula pituitária para que diminuam a secreção de gonadotrofinas. A diminuição de gonadotrofinas provoca uma diminuição dos níveis de testosterona e androstenediona - os precursores do estrogênios.
Equívocos
Um equívoco comum sobre a DHT é que a sua presença na próstata provoca hipertrofia deste tecido. Na realidade, evidências indicam que níveis elevados de estrogênio se correlacionam à hipertrofia da próstata. Homens mais velhos tendem a apresentar índices mais elevados de estrogênio do que de hormônios androgênicos, portanto, podem ter um aumento da próstata e diminuição da libido. Assim, níveis elevados de DHT devem evitar tais problemas.
DHT e libido
O status da DHT como um hormônio andrógeno altamente ativo provoca um aumento do desejo sexual, especialmente em indivíduos que usam quantidades suplementares do mesmo. A sua ação na inibição do estrogênio no organismo também provoca o aumento do desejo sexual. Em indivíduos em fase de crescimento, atua no desenvolvimento de características sexuais secundárias. Esta correlação positiva não é de modo algum uma recomendação para seu uso de forma extravagante sem a supervisão de um médico.