Contente
- Introdução
- Feijoada
- Escondidinho
- Baião de dois
- Moqueca
- Virado à paulista
- Bobó de camarão
- Acarajé
- Pamonha e curau
- Pão de queijo
- Coxinha de frango
- Dobradinha
- Goiabada com queijo
- Arroz de carreteiro
- Tapioca
- Churrasco
Introdução
A comida, além de ser um dos maiores prazeres da vida, é também uma experiência cultural. Pratos típicos de um lugar nos contam um pouco de sua história, de seu povo, da geografia e da natureza local. O Brasil é um país imenso, com climas e colonizações distintas, o que imprime à sua culinária um sabor único e variado. De norte a sul, de leste a oeste, cada lugar tem uma particularidade e um sabor especial. Saiba mais sobre alguns dos pratos mais característicos do nosso país e explore todos os seus sabores. Impossível não ficar com água na boca!
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Feijoada
Esta é certamente uma das delícias brasileiras mais conhecidas em todo o mundo. A combinação de feijão preto com costelinha de porco defumada, linguiça, bacon, carne seca e, para os mais tradicionais, partes menos “refinadas” do porco, como pé, rabo, nariz e orelha, tudo isso cozido junto, acompanhado de arroz branco, couve picadinha, mandioca frita, farofa, rodelas de laranja e torresminho, é uma das iguarias favoritas em todo o território nacional e quem vem visitar o país não pode ir embora sem provar. Para quem gosta de um sabor mais forte, não pode faltar uma pimentinha pra finalizar.
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Escondidinho
O Escondidinho é um prato muito popular nordestino, originário do Pernambuco. A receita tradicional pernambucana leva carne seca cozida na manteiga de garrafa e purê de mandioca, finalizado com queijo coalho por cima. O prato é montado em camadas e levado ao forno, o que mescla os sabores e forma uma crosta crocante deliciosa. Ao se espalhar pelo Brasil, foi ganhando variações. Em algumas versões, a carne seca é substituída por frango, camarão, bacalhau ou carne moída, e o purê, ao invés de mandioca (ou macaxeira, como diriam os pernambucanos), pode ser de batata ou de abóbora.
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O feijão com arroz é uma das bases da alimentação no Brasil, mas no Ceará foi criada uma das versões mais gostosas dessa combinação, o Baião de dois. Neste prato, o arroz branco se encontra com o feijão de corda (também conhecido como feijão-fradinho ou feijão verde, por sua coloração esverdeada), carne seca frita na manteiga de garrafa, queijo coalho, cebola, calabresa e toucinho, tudo bem temperado, acompanhado por farinha de mandioca e pimenta. Algumas adaptações são possíveis, como queijo minas frescal no lugar do queijo coalho ou manteiga comum pra substituir a manteiga de garrafa.
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Moqueca
Esta delícia de ensopado à base de peixe, de origem indígena, tem duas versões, a baiana e a capixaba. No Espírito Santo, o prato leva apenas peixe (cação, badejo e dourado são os mais usados), cebola, tomate, azeite de oliva, coentro e coloral. Já na Bahia, somam-se o leite de coco e o azeite de dendê. Nas duas, em comum, os acompanhamentos principais são o pirão e o arroz branco e também vêm sendo acrescentados camarões e outros frutos do mar. Rivalidade à parte, as duas são deliciosas. Só provando pra decidir.
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Este prato de sotaque fortemente paulista leva arroz branco, tutu de feijão (espécie de purê de feijão com farinha de mandioca), toucinho, carne seca e couve picada. É originário da época dos bandeirantes, pois na região havia abundância de mandioca, que transformada em farinha era mais durável e fácil de transportar, e os bandeirantes plantavam feijão nos caminhos das bandeiras (como eram chamadas as expedições) para comer quando voltassem. A carne seca e o toucinho conservados em sal também duravam bastante, formando a base da alimentação destes peregrinos. Atualmente, é comum ser servido com bisteca no lugar da carne seca e do toucinho.
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Este refogado cremoso de camarões com purê de mandioca, azeite de dendê, pimentão, leite de coco, coentro e camarão seco é muito conhecido como uma iguaria baiana, mas sua origem é apontada como uma mistura da culinária africana (trazida pelos escravos) e indígena (pela forte presença da mandioca que dá a consistência cremosa ao prato). O acompanhamento mais comum é o arroz branco, mas o bobó também pode ser servido com farofa de dendê, que é bem simples de preparar (basta refogar a cebola no óleo de dendê e acrescentar a farinha de mandioca), o que dá um sabor ainda mais especial ao prato!
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Ninguém pode dizer que esteve na Bahia se não provou um acarajé. O prato é tão importante para a nossa cultura que foi reconhecido como patrimônio histórico brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Suas raízes africanas são inegáveis e até hoje são vendidos por mulheres vestidas de branco, as baianas, como nos terreiros da Umbanda e do Candomblé. Preparado respeitando a tradição de seus antepassados, este famoso bolinho é feito à base de feijão-fradinho frito em azeite de dendê e recheado com uma deliciosa mistura de camarão seco, pimenta e cebola, que resultam em um sabor único.
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Duas delícias feitas à base de milho verde, o curau e a pamonha podem ser servidos doces ou salgados, sozinhos ou acompanhados e sempre fazem sucesso, principalmente em época de festa junina. O milho era um dos principais elementos da alimentação dos indígenas e o nome “pamonha” é atribuído ao tupi (significava "pegajoso" nesta língua), em referência à sua consistência. A pamonha é feita à base de milho verde ralado, cozido com leite e sal ou açúcar, dependendo do sabor desejado. O curau é um creme de milho que tem diferentes formas de preparo, mas costuma ser comido doce.
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Poucas comidas têm uma origem tão definida como o pão de queijo. Ninguém discute que é uma iguaria mineira, ainda que a maneira como ele foi criado tenha distintas versões. A versão mais defendida pelos historiadores é de que a receita tenha sido criada em fazendas leiteiras, provavelmente no século XIX. Na ausência de farinha de qualidade, começaram a usar o polvilho para fazer uma espécie de pão ao qual acrescentavam o queijo que estava envelhecendo e ia acabar sendo jogado fora. Hoje o pão de queijo é consumido em todo o país e já é produto de exportação muito procurado.
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A origem da nossa saborosa coxinha de frango tem algumas versões. A mais comentada, publicada no livro “Histórias e receitas”, de Nadir Cavazin, diz que foi criada para um dos filhos da princesa Isabel e do Conde D’Eu, uma criança portadora de necessidades especiais, cujo prato preferido era coxa de frango. Um dia, na falta da coxa para oferecer à criança, a cozinheira da fazenda resolveu usar outras partes do frango (peito, asa, etc) para produzir uma. Desfiou tudo, envolveu em uma massa e fritou, foi um tremendo sucesso. E segue sendo um dos petiscos mais queridos do Brasil até hoje.
Flickr: Darlan | Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 2.0 Genérica (CC BY-NC-SA 2.0) GuardarDobradinha
A dobradinha é um prato de origem portuguesa há muito incorporado à culinária popular brasileira. Este ensopado encorpado de feijão branco, bucho de boi, bacon, linguiça e cheiro verde divide opiniões. Apesar de ter muitos fãs, muita gente torce o nariz para o prato, pois o bucho ou dobradinha nada mais é que o estômago, uma parte pouco atrativa para muitos. Para incrementar o sabor, o prato pode ser preparado também com costelinha de porco e batata cozida e, para acompanhar, arroz branco, couve refogada bem temperadinha e um pouco de pimenta. Pra quem gosta é um prato cheio!
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Também conhecida como Romeu e Julieta, a deliciosa combinação de queijo minas com goiabada cascão é uma tentação mineira. A produção do queijo artesanal de Minas é uma tradição na região há séculos, tão representativa para a cultura mineira e brasileira que, em 2008, foi reconhecida como patrimônio cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), no intuito de preservar sua técnica de produção tradicional. A goiabada cascão, outra delícia tipicamente mineira, é uma goiabada rústica, feita da goiaba com casca e tudo. A dupla fica tão gostosa, porque o doce da goiabada é equilibrado pelo leve sabor salgado do queijo.
Flickr: ElisaLevien | Attribution-NonCommercial 2.0 Generic (CC BY-NC 2.0) GuardarArroz de carreteiro
Este prato originário do Rio Grande do Sul leva este nome porque os carreteiros eram aqueles que conduziam as carroças com os mantimentos e cozinhavam para as tropas que percorriam a região sul do país, levando mercadorias e animais para serem vendidos de cidade em cidade. O charque (que não é o mesmo que carne seca ou carne de sol, mas é parecido) e o arroz sempre faziam parte das provisões para as viagens, pois não estragavam com facilidade. A receita é bastante simples, mas cheia de sabor. Leva arroz, charque desfiado ou em pedaços, cebola, alho e condimentos.
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A tapioca faz parte do dia a dia do nordestino, mas já conquistou adeptos por todo o país. De origem indígena, trata-se de uma massa branca apresentada em um formato semelhante ao de uma panqueca, feita da fécula da mandioca. Pode ser servida com uma grande variedade de recheios doces e salgados, como manteiga, queijo coalho com coco ralado, carne seca com mussarela, leite condensado, doce de leite, vai da criatividade de quem prepara. Falando em preparo, requer um pouco de técnica para ter bons resultados, mas quem cresce com a tapioca, costuma saber fazê-la desde pequeno.
Siri Stafford/Lifesize/Getty Images GuardarChurrasco
O churrasco é parte da cultura brasileira, tanto em relação à gastronomia quanto como evento social. Ainda que o conceito de carne assada ao fogo seja algo tão antigo como a descoberta do fogo em si, a maneira como se prepara o churrasco no Brasil vem do sul do país, mais especificamente do Rio Grande do Sul. Na região dos pampas gaúchos, uma das mais importantes na criação bovina brasileira, o camponês começou a assar a carne sobre fogueiras armadas no chão, temperando apenas com o sal grosso que dava ao gado. Por isso, para o gaúcho tradicional, churrasco é só carne e sal grosso.