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Na literatura, os leitores deparam-se com muitos dos mesmos tipos de personagens básicos. Histórias e situações sempre podem se repetir. Esses padrões previsíveis e universalmente compreensíveis na arte são os chamados arquétipos. A palavra vem do idioma grego e basicamente significa “modelo original”. Autores usam arquétipos porque os leitores estão familiarizados com eles. Eles se conectam a algo na consciência humana e provocam uma resposta emocional. A familiaridade encoraja o leitor a continuar a história.
Herói
O herói é o personagem que supera obstáculos e salva a todos. Normalmente, o herói sai em algum tipo de busca, seja física ou espiritual. O herói pode ser um cavaleiro de armadura, um policial ou um político que defende reformas ousadas. Exemplos específicos incluem Robin Hood, Luke Skywalker e a Mulher Maravilha. A qualidade que faz com que o herói seja verdadeiramente heróico é sua disposição para colocar os outros em primeiro lugar antes de si mesmo.
Vilão
O vilão trabalha contra o herói. Esse personagem utiliza força bruta ou astúcia para prejudicar o trabalho do herói. Muitas vezes o vilão não é reconhecido como tal até que a história esteja bem adiantada. Às vezes um grupo pode ficar no lugar de um vilão, como uma corporação que esteja poluindo as águas de propósito. O papel do vilão é derrotar o herói no fim.
Figura materna
Na literatura, o papel de mãe é cuidar da família e guiá-la. A mãe arquetípica não precisa ser literalmente uma mãe, nem aqueles que ela cuida têm de ser sua família. A fada madrinha da literatura é um bom exemplo. A figura materna às vezes é um líder espiritual ou fonte de vida para a comunidade. Muitas vezes, a figura materna recebe enorme amor e respeito dos personagens da história.
Figura paterna
O líder e protetor de um grupo normalmente é visto como a figura paterna. Moisés na Bíblia é um exemplo desse arquétipo, quando ele conduziu as pessoas para fora do Egito. Uma criança órfã pode procurar uma figura paterna para lhe proporcionar estabilidade em seu mundo. Nas culturas onde os papéis determinados por gênero masculino ou feminino são mais fluidos, as qualidades de figura paterna ou materna podem ser intercambiáveis, ou os dois papéis podem ser desempenhados por um mesmo personagem.
O azarão
O azarão é um personagem que parece estar sempre em desvantagem. O patinho feio, por exemplo, foi isolado pelos motivos errados. No fim da história, o personagem conseguiu superar as dificuldades e passou a ser respeitado. O arquétipo funciona melhor quando o leitor pode se identificar com o personagem e compartilha o eventual sucesso com ele.
A jornada
Em “O senhor dos anéis”, Frodo e seus companheiros viajam centenas de quilômetros para completar sua busca épica. Esse tipo de narrativa é conhecido como “jornada” e é familiar à maioria dos leitores. Normalmente, o herói tem de sair do conforto de casa e enfrentar uma missão sem garantia de sucesso. A jornada está cheia de obstáculos e distrações, mas falhar não é uma opção. Ao longo do caminho, os membros do grupo aprendem mais sobre seu mundo e seu lugar nesse mundo.
A queda
A história bíblica da expulsão de Adão e Eva do Jardim do Éden é uma história arquetípica de “cair em desgraça”. Esse tipo de história envolve personagens que perdem algum poder ou privilégio. Às vezes os personagens que caem não são agradáveis e o leitor aprecia vê-los cair. Em outros casos, os personagens são bons de modo geral, mas algum erro de sua parte fez com que seus sonhos e esperanças saíssem dos trilhos. Cair em desgraça pode ser uma oportunidade de o personagem aprender uma importante lição sobre a vida e o mundo.