Contente
- Mutação Genética
- Mutação no gene BRCA1 e o câncer
- Efeitos do câncer de mama
- Mastectomia profilática
- Todas as mulheres deveriam fazer o mesmo?
A atriz Angelina Jolie, símbolo de beleza e feminilidade, revelou que fez uma cirurgia de dupla mastectomia, ou seja, em ambas as mamas, com o objetivo de reduzir as chances de desenvolver o câncer de mama. Ela ainda declarou que pretende realizar a retirada dos ovários também, com a mesma finalidade: prevenir o câncer. Mas será que isso foi realmente necessário? Todas as mulheres que já tiveram filhos deveriam fazer o mesmo? Veja os motivos pelos quais Angelina decidiu realizar a cirurgia.
Angelina Jolie optou por retirar os seios para prevenir o câncer de mama (Tim P. Whitby/Getty Images Entertainment/Getty Images)
Mutação Genética
O DNA é constituído por genes. Eles são como “arquivos” que guardam informações e instruções para a célula. A mutação genética é a modificação que acontece em um determinado gene ou grupo de genes. Desta forma, as células passam a receber informações equivocadas dos seus “arquivos”. Se o gene for um proto-oncogene (relacionado ao crescimento e à diferenciação celular), a célula pode se tornar cancerosa. Em alguns tipos de câncer, o DNA modificado pode ser transmitido aos descendentes, como no caso de Angelina, que herdou uma mutação no gene BRCA1.
A mutação no gene BRCA1 e BRCA2 estão relacionados ao aumento do índice de câncer de mama e de ovários (Comstock/Comstock/Getty Images)
Mutação no gene BRCA1 e o câncer
Há uma estimativa de que, a cada 8 a 10 mulheres, uma desenvolverá câncer de mama, e esse risco aumenta em até 90% nas pessoas portadoras de mutação dos genes BRCA1 e BRCA2. Essa mutação também aumenta para 50% a incidência de câncer dos ovários. Os especialistas na área recomendam que, quando constatada a alteração desses genes, a melhor indicação é a cirurgia para a retirada das mamas e dos ovários depois que a mulher já teve filhos e os amamentou, exatamente o caso da atriz Angelina Jolie.
O risco do câncer de mama aumenta nas mulheres com histórico da doença na família (Thinkstock/Comstock/Getty Images)Efeitos do câncer de mama
A maioria das mulheres em tratamento de um câncer passa a ter medo da morte, interrompe os seus planos, perde a auto-estima devido a mudanças na imagem corporal, muda o estilo de vida e precisa passar por tratamentos dolorosos, repletos de efeitos colaterais. Todos esses fatores são levados em consideração quando uma mulher com grandes chances de desenvolver o câncer de mama decide se deve ou não realizar a mastectomia profilática (preventiva).
O sofrimento das pessoas com câncer influencia na decisão pela mastectomia preventiva (BananaStock/BananaStock/Getty Images)
Mastectomia profilática
A decisão pela retirada das mamas não é fácil, pois ela está relacionada à feminilidade e à sexualidade da mulher. Porém, na cirurgia de mastectomia, é possível fazer a reconstrução da mama logo após a retirada completa da glândula mamária. São colocados, então, implantes de silicone abaixo do músculo, e assim o aspecto dos seios ficará preservado. Nessa cirurgia, a pele e a aréola não são removidos, o que pode não ser possível em um caso de mastectomia devido a um tumor cancerígeno.
Depois da mastectomia, é possível fazer a reconstrução das mamas com implantes de silicone (Keith Brofsky/Photodisc/Getty Images)Todas as mulheres deveriam fazer o mesmo?
Esse procedimento é bastante vantajoso para a mulher com alta probabilidade de desenvolver o câncer de mama, já que assim diminuirá o seu risco e ainda será possível manter o aspecto dos seios. Para a população em geral, porém, que não possui alteração no gene BRCA 1 ou BRCA 2, ou que não tem história familiar dessa doença, esse procedimento se torna desnecessário, já que é uma cirurgia arriscada como outra qualquer. Para as mulheres que não possuem alteração nos genes, o acompanhamento anual de mamografia é suficiente para prevenir o câncer de mama.
A mastectomia preventiva não é indicada para todas as mulheres (Goodshoot/Goodshoot/Getty Images)