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O MPL (Movimento Passe Livre) é uma agrupação social que luta por melhores condições no transporte coletivo e pela adoção da tarifa zero nas grandes cidades brasileiras. Em junho de 2013, as manifestações iniciadas por esse movimento em São Paulo ganharam destaque em todo o país e rapidamente se multiplicaram em outras cidades como Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Belo Horizonte e Porto Alegre. Porém a luta do movimento não é nova. O MPL teve seu início em 2005, no Fórum Social Mundial de Porto Alegre, e vem angariando mais adeptos para a sua luta.
Princípios
Um transporte público mais digno em todo país é a principal bandeira do Movimento Passe Livre. Eles lutam por um transporte fácil e gratuito, que seja acessível para todas as camadas da população. O movimento propõe que seja feita uma mudança em todo o processo de licitações e subsídios, transformando o sistema, que atualmente é privado, em algo totalmente público. Através de trabalhos informativos em escolas, entrega de materiais de divulgação nas ruas e manifestações, os integrantes do MPL pretendem conquistar a simpatia de mais pessoas, difundir a causa e conscientizar a sociedade dos seus direitos.
Movimento quer mudar o paradigma do transporte no Brasil (Robert Cianflone/Getty Images Sport/Getty Images)
História de protestos
Mesmo antes da formação do Movimento Passe Livre, alguns protestos populares ajudaram na fundação do grupo. As revoltas de 2003 em Salvador, Bahia, quando a população praticamente parou a cidade por 10 dias, é uma das mais significativas. No ano seguinte o mesmo aconteceu em Florianópolis, numa semana cheia de mobilizações que ficou conhecida como Revolta da Catraca. Após o nascimento do movimento, as manifestações se alastraram pelo Brasil, conseguindo diminuição do preço da passagem em várias delas, como em Vitória (ES) em 2006. Em 2011 novos protestos geraram grandes manifestações nas capitais brasileiras novamente. Em Belém no Pará os manifestantes conseguiram reverter o aumento.
Protestos pelo transporte de qualidade não são recentes (Mario Tama/Getty Images News/Getty Images)
Protestos
Após o aumento de 20 centavos na tarifa de ônibus na cidade de São Paulo, passando de R$ 3,00 para R$ 3,20, em junho de 2013, os ativistas do Movimento Passe Livre foram às ruas. Como os protestos receberam bastante destaque da mídia tradicional e das redes sociais devido à truculência e violência da repressão da Polícia Militar, o movimento ganhou ainda mais força. Graças a declarações não muito felizes de políticos, que elogiaram a ação da polícia, mais pessoas se revoltaram com o acontecido e saíram às ruas, totalizando mais de 250 mil pessoas em todo Brasil no dia 17 de junho de 2013. "Se a tarifa não baixar, a cidade vai parar", diz o MPL, que promete continuar as manifestações até a diminuição do preço das passagens de ônibus.
Vandalismo
No início dos protestos de junho de 2013 em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Brasília, muito se falou dos atos de vandalismo e destruição causados pelas manifestações. Porém, os integrantes do Movimento Passe Livre esclarecem que todas suas ações são pacíficas e sem violência. Com o aumento da magnitude dos protestos, algumas ações violentas foram registradas, como destruição de carros, vitrines de lojas e pichações em prédios públicos. Tendo em vista a truculência e o despreparo mostrado pela Polícia Militar, o que era para ser uma manifestação pacífica acabou se transformando em quebra-quebra em resposta à ação policial.
