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Criar, estabelecer e manter uma empresa não é tarefa fácil. Ainda mais considerando o mercado cada vez mais disputado pela concorrência. Foi para dar um impulso a empresas promissoras iniciantes que surgiram os chamados investidores anjo (do inglês "business angel" ou "angel investor"). O termo define pessoas físicas ou empresas que estão dispostas a investir recursos financeiros em companhias novas que possuem boas ideias, mas não necessariamente verba para fazer os planos virarem realidade.
O que é
O investidor anjo é, essencialmente, alguém que acredita na empresa nascente (conhecida também por "startup"). Essa modalidade de investimento ocorre geralmente na fase inicial do projeto, quando representantes da startup explicam o modelo de negócio e divulgam as boas ideias que poderão ser colocadas em prática desde que haja capital financeiro. Então, o investidor anjo, que possui recursos financeiros acumulados e certa bagagem profissional sobre o mercado para avaliar boas ideias, entra com parte do capital. Além de dinheiro, o investidor pode contribuir com consultoria profissional e compartilhamento de contatos profissionais. Tudo para alavancar a startup.
Para crescer no mercado competitivo atual, uma startup necessita de investidores (Duncan Smith/Photodisc/Getty Images)
Qual o interesse?
O interesse direto do investidor anjo varia de empresa para empresa e também com o tipo de investimento. Geralmente, em termos profissionais, o investidor anjo é consciente de que está diante de um investimento de risco. Isso porque as chances percentuais de uma empresa startup dar certo no mercado costumam ser pequenas. Mas o investidor também sabe que quanto maior o risco, maiores as possibilidades de ganho. Dessa forma, muitos investidores anjo diluem o risco investindo em várias startups, esperando que as empresas que se tornem bem-sucedidas compensem a perda de dinheiro pelas demais startups.
Quem são?
O papel de investidor anjo pode ser realizado de forma diferente por pessoas físicas ou jurídicas. Nos Estados Unidos, onde o conceito do investidor anjo é aplicado há muitos anos, costuma-se fazer uma brincadeira na qual essa modalidade de investidores pode ser caracterizada pelos três F's: "family, friends and fools" (família, amigos e tolos, em inglês). Familiares e amigos que acreditam no projeto podem investir recursos financeiros a fundo perdido, ou seja, sem esperar retorno algum. E os tolos se referem àqueles que investem e acabam perdendo dinheiro, dado o risco do negócio. Em um ambiente profissional, investidores anjo costumam ser profissionais de longa estrada que tenham conhecimento das regras e dilemas do mercado em que estão investindo.
Investidores no Brasil
Se nos Estados Unidos a ideia é aplicada com grandes casos de sucesso, no Brasil o conceito de investidor anjo está se ampliando nos últimos anos. Por aqui, trata-se de uma modalidade de investimento recente que acompanha o aumento das oportunidades nas startups brasileiras. Além do dinheiro em si, elas estão valorizando o tipo de investidor anjo que contribui com a empresa por meio de experiência, consultoria e rede de contatos no setor de atuação. Essa modalidade de negócios se chama "smart money" (dinheiro inteligente) porque multiplica as possibilidades de sucesso, já que o investidor anjo ajudará com verba e experiência profissional.
